Copa Sul-Americana: Lanús vence o Fluminense por 1 a 0 e leva vantagem para o Maracanã

Copa Sul-Americana: Lanús vence o Fluminense por 1 a 0 e leva vantagem para o Maracanã set, 20 2025

Vantagem granate na Argentina

Um detalhe na reta final mudou a cara do confronto. O Lanús venceu o Fluminense por 1 a 0, nesta terça-feira, 16 de setembro de 2025, no estádio Ciudad de Lanús – La Fortaleza, e abriu vantagem nas quartas de final da Copa Sul-Americana. O jogo travado caminhava para o empate sem gols até que Marcelino Moreno apareceu aos 44 do segundo tempo para decidir e inflamar mais de 35 mil torcedores em Buenos Aires.

O roteiro foi de paciência e disciplina. O time argentino, desfalcado de cinco jogadores por lesão, construiu a vitória naquilo que treinou: linhas compactas, proteção da área e saída veloz pelos lados. Do outro lado, o Fluminense controlou momentos do duelo, rodou a bola, mas esbarrou na boa leitura defensiva do adversário e na falta de espaços entre as linhas.

O lance do gol nasceu de uma transição quase didática. Recuperação no campo de defesa, aceleração pela direita e passe de Salvio para Moreno, que atacou o espaço por dentro e finalizou de carrinho, no limite, para vencer o goleiro. Foi a primeira grande brecha que a defesa tricolor deixou depois de 88 minutos de concentração, e o Lanús não perdoou.

Antes disso, o jogo teve chances escassas. A melhor do Fluminense caiu nos pés de Nonato, em finalização forte da entrada da área. A bola tinha destino, mas Izquierdoz, em noite de capitão, se atirou para bloquear e manteve o placar fechado. Esse duelo — meio-campista chegando de frente x zagueiro cortando em cima da hora — simbolizou o que foi a partida: cada metro disputado, nada de facilidades.

O Lanús soube mesclar experiência e juventude. Salvio articulou, Moreno deu profundidade e a zaga segurou as pontas com autoridade. Ao redor, a base granate apareceu com energia, ajudando a encurtar o campo e a encadear contra-ataques. O resultado é mais do que um placar: é um impulso emocional para a volta.

O Fluminense teve trabalho para acelerar o último passe. Quando conseguiu progredir por dentro, encontrou sempre a cobertura bem ajustada e a área congestionada. Nas bolas paradas, tentou variações, porém faltou precisão na primeira bola e na segunda jogada. Não foi uma atuação ruim, mas foi insuficiente para furar um sistema que errou pouco.

A temperatura do estádio também pesou. A torcida do Lanús transformou La Fortaleza em caldeirão, empurrou nas divididas e sustentou o ritmo nos minutos finais, quando a equipe precisava de fôlego para encaixar a transição do gol. Em mata-mata, ambiente conta — e contou.

O que muda para a volta no Maracanã

O que muda para a volta no Maracanã

O confronto agora viaja para o Maracanã, na próxima terça, às 21h30 (horário de Brasília). A missão do Fluminense é clara: vencer. A vantagem argentina é mínima, mas exige ajuste no timing do ataque e maior agressividade sem desorganizar a retaguarda, já que o Lanús mostrou eficiência quando encontra campo aberto.

Regra do confronto: não há gol qualificado. Se o agregado terminar empatado após os 90 minutos no Rio, a decisão vai direto para os pênaltis. Ou seja, uma vitória tricolor por 1 a 0 leva a disputa para as cobranças; qualquer triunfo por dois gols de diferença classifica o time carioca no tempo normal.

  • Fluminense avança no tempo normal: vitória por dois gols ou mais.
  • Disputa de pênaltis: vitória do Fluminense por um gol de diferença.
  • Lanús se classifica: empate ou qualquer vitória/empate com gols que preserve a vantagem no agregado.

Do ponto de vista tático, o Lanús deve repetir a receita: bloco médio-baixo, pressão seletiva, muitos jogadores atrás da linha da bola e velocidade na reposse. Para o Fluminense, a chave passa por acelerar nas zonas entrelinhas, usar melhor a amplitude para abrir o sistema granate e terminar as jogadas com mais gente na área. Escapar das armadilhas no corredor direito do Lanús — origem do gol — também será ponto de atenção.

O duelo individual que mais pesou em Buenos Aires foi o de Izquierdoz contra os atacantes tricolores. O zagueiro leu bem as bolas nas costas e os cruzamentos para o primeiro pau. No Rio, ganhar as segundas bolas nessas zonas pode destravar o jogo para o time brasileiro. Não é sobre aumentar a posse, e sim sobre transformá-la em ocasiões reais.

Fisicamente, o Lanús demonstrou estar inteiro, mesmo com a sequência de partidas e as baixas. A comissão técnica administrou bem as trocas para manter a equipe compacta e explosiva nos minutos finais. Já o Fluminense terá a semana para recalibrar dinâmica e recuperar peças, de olho em um ritmo mais alto desde o início, empurrado por um Maracanã cheio.

O peso emocional agora muda de lado. O Lanús chega com confiança e a margem do empate; o Fluminense carrega a urgência da virada e a responsabilidade de decidir em casa. Em mata-mata, essa combinação costuma gerar um primeiro tempo tenso e um segundo tempo mais aberto — terreno fértil para quem souber controlar as transições.

No chaveamento, quem avançar pega Alianza Lima (PER) ou Universidad de Chile (CHI) na semifinal. É um desenho que deixa o confronto ainda mais valioso: com dois jogos pela frente, qualquer detalhe pode significar uma vaga na decisão continental. Na Argentina, o detalhe foi a infiltração de Moreno e o passe de Salvio. No Rio, outra pequena grande jogada pode redesenhar tudo.

Até aqui, o que fica é a fotografia de um Lanús resiliente e clínico e de um Fluminense que precisa transformar posse em punch. A série está aberta, e a volta promete um clima de noite grande no Maracanã. Jogo de xadrez, de nervos e de um lance que pode mudar tudo — de novo.