Atlético-MG vence Del Valle e estreia na final da Copa Sul-Americana

O Atlético-MG fez história nesta terça-feira, 28 de outubro de 2025. Venceu o Independiente del Valle por 3 a 1 na Arena MRV, em Belo Horizonte, e garantiu sua primeira final na Copa CONMEBOL Sul-Americana — um feito inédito para o clube, que já foi vice-campeão da Libertadores em 2024. A partida, com 40.185 torcedores no estádio, foi decidida por gols de Guilherme Arana, Bernard e Hulk, enquanto Claudio Spinelli descontou para os equatorianos. O meia Dudu, com duas assistências, foi o cerebro da jogada. O placar agregado de 4 a 2 fechou a classificação. E agora? O Galo espera o vencedor entre Lanús e Universidad de Chile, cuja decisão será na quinta-feira, 30 de outubro, no El Fortaleza, em Buenos Aires.

Uma final que o Atlético-MG sempre sonhou

Nunca antes o clube mineiro havia chegado à final da Copa Sul-Americana. Apesar de ser um dos maiores times do Brasil com 117 anos de história — fundado em 25 de março de 1908 —, o Atlético-MG sempre foi visto como um candidato à Libertadores, não à Sul-Americana. Mas isso mudou. O técnico Jorge Sampaoli, que já levou a Argentina à final da Copa América em 2015, trouxe um futebol mais organizado, com pressão alta e transições rápidas. A equipe não é a mais talentosa da competição, mas é a mais eficiente. E isso basta. O primeiro jogo, em Quito, terminou 1 a 1, com o gol de Bruno Miranda para o Del Valle e o empate de Hulk. Mas em casa, o Galo mostrou por que é o time com a maior arrecadação bruta da edição 2025, segundo dados do Grupo Globo. A torcida, que já havia lotado a Arena MRV em outras eliminatórias, voltou com força. A energia era contagiante. E os gols vieram como um alívio — e uma explosão de emoção.

Os gols que escreveram a história

O primeiro gol veio aos 27 minutos do primeiro tempo. Guilherme Arana, lateral esquerdo que teve uma temporada de renascimento, recebeu passe de Dudu, cortou para dentro e finalizou com categoria, sem chances para o goleiro. Dois minutos depois, Bernard, o veterano que ainda tem fome de glória, recebeu na entrada da área e bateu cruzado, quase sem ângulo. Foi um gol de classe. O Del Valle tentou reagir, mas a defesa do Atlético-MG, com Luan e Reinaldo, foi impecável. Aos 32 minutos do segundo tempo, Claudio Spinelli descontou com um cabeceio após escanteio. Mas a festa mineira só começou aos 18 minutos do segundo tempo. Hulk, com a camisa 9, recebeu passe de Luan, driblou um zagueiro, e, com a calma de quem já foi campeão da Libertadores, bateu no ângulo. Foi o gol da classificação. O estádio entrou em colapso. Torcedores choravam. Crianças gritavam. E no banco, Sampaoli apenas sorria, com as mãos nos bolsos, como se tudo já estivesse planejado.

Quem vem por aí? Lanús e Universidad de Chile em disputa acirrada

Enquanto o Atlético-MG comemorava, em Buenos Aires, a rivalidade entre Lanús e Universidad de Chile entrava em um clima de caos. O primeiro jogo terminou 2 a 2. O Lanús abriu 2 a 0 com Rodrigo Castillo, mas a La U reagiu com gols de Di Yorio e Aránguiz, este último de pênalti nos acréscimos. A tensão cresceu. Antes da partida, o ônibus do Lanús foi atingido por pedras de torcedores da Universidad de Chile. O atacante Toto Salvio não escondeu a revolta: "Não vão mudar até que matem um jogador?". A CONMEBOL abriu investigação, mas o jogo foi mantido. Afinal, futebol é paixão — e às vezes, violência. O vencedor da chave argentina enfrentará o Atlético-MG na final. E não será fácil. O Lanús, fundado em 1915, tem tradição de grandes campanhas na Sul-Americana. Já a Universidad de Chile, com seu estilo técnico e ofensivo, é uma equipe que nunca desiste.

Final em Assunção: uma oportunidade histórica

A grande final da Copa Sul-Americana 2025 será em 22 de novembro, no Defensores del Chaco, em Assunção, Paraguai. É o mesmo estádio que já sediou finais em 2019, 2021 e 2023. O local é conhecido por sua atmosfera quente, mas também por sua humidade — fator que pode pesar contra times que não estão acostumados. O Atlético-MG, que já enfrentou climas extremos na Libertadores, não teme. O que está em jogo? Ser o quinto clube brasileiro a vencer a competição. Até agora, só Athletico-PR (2018, 2021), Chapecoense (2016), São Paulo (2012) e Internacional (2008) conseguiram. Nenhum deles venceu em sua primeira final. O Galo quer ser o primeiro. E, se vencer, será o primeiro clube brasileiro a conquistar duas competições continentais em dois anos — depois da vice na Libertadores de 2024. O sonho é grande. Mas o time está pronto.

Um clube que cresce além do estádio

O Atlético-MG não é só futebol. É economia. É infraestrutura. É marca. Em 2025, o clube arrecadou mais em um único jogo da Sul-Americana do que qualquer outro brasileiro — R$ 18,7 milhões só com ingressos, merchandising e patrocínios locais. O Corinthians, que tem a maior média de público, não bateu esse recorde. Isso mostra que o Galo está se profissionalizando. E o público? 40.185 torcedores na Arena MRV. O recorde da edição foi no jogo Grêmio x Alianza Lima, com 46.123 pessoas. Mas o que importa é que o Atlético-MG está entre os grandes. E isso não é acaso. É fruto de planejamento. De gestão. De paixão.