Artesp aprova renovação antecipada da Linha 4‑Amarela até Taboão

Na quarta‑feira, 24 de setembro de 2025, a Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) aprovou, por unanimidade, a renovação antecipada da concessão da ViaQuatro Concessionária de Transporte Público S.A. para viabilizar a extensão da Linha 4‑Amarela até Taboão da Serra. A decisão foi publicada no Diário Oficial do Estado ainda no mesmo dia e tem como objetivo acelerar um projeto de R$ 4,04 bilhões que deve levar a rede de metrô da capital a mais duas estações: Chácara do Jockey e a nova estação Taboão.
Contexto histórico e necessidade da expansão
A Linha 4‑Amarela, inaugurada em 2010 e operada pela ViaQuatro desde 2016, conecta o centro da cidade (estação Luz) ao bairro de Vila Sônia, atendendo mais de 1,2 milhão de passageiros diariamente. Contudo, o crescimento populacional da zona oeste, sobretudo em municípios como Taboão da Serra, tem pressionado cada vez mais o sistema. Segundo a Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), a região registra um aumento de 3,8% ao ano na demanda por transporte coletivo.
Detalhes do projeto de extensão
O plano prevê a construção de 3,3 km de túnel subterrâneo entre Vila Sônia e as duas novas estações. A obra inclui:
- Instalação de uma nova subestação elétrica para suportar um acréscimo de 25% na carga;
- Compra de seis trens de baixa altura, fabricados pela Alstom Transportes Brasil;
- Integração com terminais de ônibus em Vila Sônia, São Paulo‑Morumbi, Butantã e, claro, Taboão da Serra.
O investimento total foi formalizado no Termo Aditivo nº 10, cujo valor chega a R$ 4.040.000.000,00, conforme comunicado oficial da Agência São Paulo.
Reações e declarações dos envolvidos
O Francisco Mattar, diretor‑presidente da Artesp, afirmou que “a renovação antecipada demonstra o compromisso do Estado em garantir mobilidade de qualidade para milhões de paulistanos”. Já Marco Vinholi, secretário da SPI, destacou que “a correção do desequilíbrio financeiro de R$ 136,8 milhões, calculado com taxa interna de retorno de 11,08%, é essencial para que a ViaQuatro assuma os custos da expansão sem onerar o contribuinte”.
A Motiva Participações S.A., controladora da ViaQuatro desde 2023, comunicou que o aditivo garante a viabilidade econômica do projeto e reforça sua estratégia de consolidar a presença no setor de mobilidade urbana.

Impactos esperados e benefícios sociais
Estima‑se que a extensão criará 3.700 empregos diretos durante a fase de construção e atrairá cerca de 50.000 novos passageiros diários ao sistema de metrô. Para os moradores de Taboão da Serra, isso pode significar uma redução média de 35% no tempo de deslocamento até a região central de São Paulo.
Além do ganho de mobilidade, a obra traz compromisso ambiental: a CETESB autorizou a implantação de barreiras acústicas ao longo de todo o trajeto subterrâneo e a compensação de áreas verdes em proporção 1:1, conforme licença ambiental nº 000460/2024.
Próximos passos e cronograma
Uma vez assinado o termo aditivo, os trabalhos de terraplenagem e escavação devem iniciar ainda em outubro de 2025, com prazo de conclusão entre 48 e 64 meses. A previsão mais otimista coloca a inauguração da estação Taboão da Serra para o final de 2030.
Durante a fase de construção, a Artesp mantém a operação normal da Linha 4‑Amarela, evitando interrupções nos serviços existentes. Os novos trens entrarão em operação somente após a conclusão dos testes integrados com a nova subestação.

Antecedentes e panorama do transporte em São Paulo
Historicamente, a expansão da rede de metrô na capital tem sido marcada por grandes marcos, como a abertura da Linha 15‑Prata (monotrilho) em 2014 e a conclusão da Linha 5‑Lilás em 2018. A São Paulo já conta com 6 linhas de metrô que percorrem mais de 100 km de trilhos. A nova extensão, porém, representa a primeira expansão significativa da Linha 4‑Amarela desde sua inauguração.
Especialistas em mobilidade urbana apontam que projetos integrados, como o que está sendo desenvolvido – metrô, ônibus e vias de acesso – são a chave para reduzir congestionamentos crônicos e melhorar a qualidade de vida nas áreas periféricas.
Perguntas Frequentes
Como a extensão da Linha 4‑Amarela vai afetar o cotidiano dos moradores de Taboão da Serra?
A nova estação reduzirá o tempo médio de deslocamento para São Paulo em cerca de 35%, permitindo que mais de 70 mil residentes cheguem ao centro em menos de 45 minutos, além de ampliar opções de transporte com conexões a terminais de ônibus locais.
Qual o custo total da obra e quem está financiando?
O investimento está estimado em R$ 4,04 bilhões, financiado pelo Estado de São Paulo através da SPI e complementado por recursos da ViaQuatro, com a correção de R$ 136,8 milhões para equilibrar a conta financeira da concessão.
Quando a nova estação deve entrar em operação?
O cronograma prevê a conclusão dos trabalhos entre 48 e 64 meses após o início, ou seja, entre 2029 e 2030, com previsão de inauguração para o final de 2030, se tudo correr dentro do prazo.
Quais são as principais preocupações ambientais e como elas serão mitigadas?
A CETESB exigiu barreiras acústicas ao longo de todo o túnel e a criação de áreas verdes equivalentes ao espaço ocupado, garantindo que o impacto sonoro e visual seja minimizado e que a compensação ambiental seja cumprida.
Quantas vagas de emprego a obra deve gerar e quem serão os beneficiados?
Serão cerca de 3.700 empregos diretos durante a fase de construção, predominantemente para trabalhadores locais e empresas de engenharia da região oeste de São Paulo, impulsionando a economia local.
Ana Carolina Oliveira
outubro 21, 2025 AT 22:30Uau, finalmente a 4‑Amarela vai ganhar vida nova até Taboão! Isso vai aliviar o caos na zona oeste e dar uma força enorme para quem depende do metrô todos os dias. Vai ser bom ver menos gente apertada nos vagões e mais opções de ônibus conectando tudo. Vamos torcer para que o prazo seja respeitado e que a obra comece em outubro sem atrasos.
gerlane vieira
outubro 21, 2025 AT 23:53Mais uma promessa de obra que nunca sai do papel. A renovação antecipada só aumenta a conta do contribuinte.
Bianca Alves
outubro 22, 2025 AT 01:16Interessante ver a expansão avançando 😐
Daniel Oliveira
outubro 22, 2025 AT 02:40A aprovação da renovação antecipada da concessão parece, à primeira vista, uma medida positiva para a mobilidade urbana.
Contudo, há motivos para questionar se a ViaQuatro possui capacidade real de executar a obra dentro do prazo estipulado.
O histórico recente de atrasos em projetos de infraestrutura no Estado não oferece muita confiança.
Além disso, o investimento de R$ 4,04 bilhões poderia ser alocado em alternativas de transporte mais rápidas.
Por exemplo, o corredor de BRT já existente poderia receber melhorias significativas.
Isso reduziria o tempo de implementação e traria benefícios imediatos aos usuários.
Outro ponto a considerar é o impacto ambiental da construção de mais 3,3 km de túnel.
As barreiras acústicas e a compensação de áreas verdes são medidas paliativas, não soluções definitivas.
Ainda, a criação de 3.700 empregos diretos será temporária e desaparecerá ao final da obra.
O retorno econômico esperado pode não compensar o custo de oportunidade dos recursos públicos.
A taxa interna de retorno de 11,08% citada pelos responsáveis parece atrativa apenas em teoria.
Na prática, projetos de grande porte costumam apresentar variações negativas desse indicador.
Portanto, seria prudente reavaliar o modelo de concessão antes de avançar.
Uma revisão poderia incluir cláusulas mais rígidas de penalidade por atraso.
Só assim o Estado garantirá que o cidadão não sofra mais encargos futuros.